A angústia é sinal. Sinaliza no corpo o preço pago para sermos parlêtres.
Desnaturalizados seres pulsionais: entre o psíquico e o somático pagamos com a perda do pedaço de carne para nos introduzirmos no campo do Outro, que nunca será heim, onde nunca estaremos em casa. A angústia é sinal daquilo que cedemos para nos tornar sujeitos do inconsciente, sujeitos do desejo, divididos e representados por um significante para outro significante. Ex-sistimos aí, no entre, no intervalo, no corte. Sujeito evanescente que a cada vez terá sido.
Ceder, conceder, “dizer sim”, entrar no jogo do significante, onde o grito me identifica com o Outro como o outro, meu semelhante, portanto, diferente. Onde o Outro é outro. E se temos um lugar aí, é em sua falta, em seu desejo. Mas o que sou eu aí? O que quer ele de mim? No campo do Outro não estou como sujeito, sou representado por um significante; no desejo do Outro estou como um x. Incógnita: o que ele deseja?
A angústia é sinal de que somos causados pelo objeto que nos move. E dói no psíquico e no somático a cada vez que nos aproximamos do vazio do Outro, do x de seu desejo.
A angústia é… não sei…
A angústia é: não sei.
A angústia é.